segunda-feira, 15 de julho de 2013

Motos Royal Enfield retorna ao Brasil


Royal Enfield Classic 500
Direto dos anos 50, a célebre moto inglesa retorna ao Brasil, para delírio dos saudosistas



A história: Royal Enfield
De todas as marcas de motocicletas que ocuparam a indústria inglesa desde as últimas décadas de 1800, apenas um está em funcionamento há mais de 100 anos: Royal Enfield.

A marca começa sua história em Ridditch, Inglaterra, em 1891, com a fabricação de bicicletas, peças de reposição para máquinas de costura e peças para rifles. A Royal Enfield nasce da associação do nome de um de cliente e da cidade natal de outro.

Em 1899 lança os primeiros veículos com motor sendo estes um triciclo e um quadriciclo. A partir daí nascem as motos e sua constante evolução desde então.

Foi pioneira no desenvolvimento de projetos mecânicos e líder de vendas até 1915. Chega a Primeira Guerra Mundial, e com ela a produção de Royal Enfield se direciona para o exército. Não são desenvolvidos novos modelos até a chegada dos anos 1930, quando a renomada Bullet aparece pela primeira vez. A Bullet tinham motores de 250cc, 350cc e 500cc dando excelentes resultados em momentos diferentes, o que fez seu nome presente até os dias de atuais.

Em 1949 350cc nascia a Bullet 350cc monocilíndrica, um dos primeiros modelo com suspensão traseira, sendo uma grande estrela em seu segmento.Em meados da década de 1950, o governo indiano começa a fazer encomendas de grandes quantidades, levando a Ridditch fábrica para procurar um parceiro naquele país.

Teve início a montagem de motos Royal Enfield na Índia, mas pouco tempo depois foi inaugurada a fábrica em Chennai dando continuidade ao processo de produção. Em 1962, a empresa foi vendida na Inglaterra, mas produção continuou na Índia.

Em 1984 a Bullet volta à Inglaterra e ao mercado europeu, mas desta vez fazendo parte de um grupo industrial indiano. Em 1993, a Royal Enfield apresenta primeira motocicleta a diesel do mundo.

No final de 1998, um novo motor foi desenvolvido para melhorar o desempenho das motos Royal Enfield. Em 2008 é apresentada na Alemanha o motor EFI, este propulsor com injeção eletrônica de combustível, monocilíndrico, construído em uma única peça, desenvolvido para atender as normas de emissões europeias.

O motor EFI é hoje o que dá vida à lendária Electra e também os mais novos elementos da família Royal Enfield, a Classic 500 e a 350 Classic. Caracterizadas por um projeto moderno, com linhas clássicas e charmosas, marcando uma nova etapa na história da marca e abrindo caminho no mercado internacional.

Assim, depois de mais de 120 anos da Royal Enfield mantém sua receita no desenvolvimento tecnológico, boas idéias e preservando seu estilo clássico. Na América Latina, a marca está presente em países como Brasil, Argentina, Colômbia e Equador.




As monocilíndricas inglesas que a maioria de nós viu apenas em filmes, fotos branco e preto ou nas produções de moda vintage estão de volta, finalmente, ao mercado brasileiro. Guiá-las, mesmo, apenas alguns felizardos senhores já em idade de longas histórias. Ou um dos atinados compradores de alguma da pequena série das Enfield indianas que chegaram ao Brasil no fim dos anos 90 - ainda sem a chancela do tão genuinamente Royal, apenas sob o nome colonial Enfield - e desapareceram em pouco mais de algumas dezenas de garagens bem arrumadas. Demorou, mas a empresa indiana conseguiu comprar o direito de usar o Royal (adjetivo que, em um império, sempre significa algo mais) e antepô-lo ao Enfield que já detinha.

Um empresário brasileiro com tradição na produção de motocicletas está intermediando a chegada da fábrica indiana que detém a sonora marca britânica. Os planos são ambiciosos: montagem em Manaus em planta própria e volume de produção capaz de conquistar toda a América Latina - a marca já está presente na Argentina.

A moto é uma graça, saída diretamente de algum lugar no passado. A versão Bullet Classic 500, é maravilhosa, na cor vinho com detalhe creme no tanque. Por onde passa desperta sorrisos, suscita questões: uma simpatia. Uma moto grande, cara, moderna e extremamente tecnológica intimida um pouco o cidadão das ruas. A Bullet Classic não. Ela cativa, provoca o sorriso alheio, divide alegrias.

A sensação de pilotagem é extremamente curiosa. Primeiro, a posição. O tanque é lá embaixo, ela é reta, plana. Não há o conceito de cockpit, mas você a cavalga, como que montado em uma bicicleta. O guidão fica pertinho e os braços, flexionados. Quem tem boa postura, coluna ereta, vai adorar. É muito engraçado sentar em um banco com molejo, é impossível não se sentir como há um século. O selim, monoposto, é razoavelmente confortável para trajetos não muito longos, compatível com a ideia de uma moto para passear relaxadamente, sem pressa.

O tanque fica exatamente entre as pernas e os protetores plásticos mostram a que vieram, suportando a pressão dos joelhos. A tendência é andar com as pernas um pouco abertas demais. As pedaleiras, fixas no chassi, são largas e atrapalham um pouco as manobras com a moto parada, como dar ré, por exemplo.

Os comandos são convencionais e bem simples, um tanto rústicos. O importador promete mudar 42 itens, entre os quais o fundo dos mostradores de painel, para resgatar ainda mais, nos detalhes, o espírito de época.

O big single de 500 cc pega fácil, auxiliado pelo sistema de injeção eletrônica. Seu ritmo compassado é lento, bem lento. As respostas são deliciosas e a moto é ágil no trânsito urbano, leve e pequenina demais para uma "quinhentas". O torque em baixa do cilindrão (máximo de 4,2 "quilos" a 4000 rpm) é delicioso, exigindo poucas trocas de marcha e saindo de rotações baixíssimas com elegância. Só não exija dele nenhum compromisso com médias e altas rotações. Ele "acaba" rapidamente e a pilotagem perde toda a graça.

O câmbio, de cinco marchas, é preciso, macio e muito bem escalonado, aproveitando a imensa disponibilidade de torque em baixas rotações e sua ausência em altas. Uma última marcha mais alongada para maiores velocidades na estrada poderia ser bem-vinda.

Na estrada, a estabilidade em curvas de baixa e média é puro deleite: a Bullet é durinha e traça bem percursos travados e sinuosos. Tudo vai bem até os 100 km/h. A partir daí surgem as limitações de um projeto dos anos 30: as vibrações tornam-se insustentáveis e a moto tende a oscilar na trajetória. Melhor não insistir e voltar ao ritmo dos velhos tempos.

A Royal Enfield Bullet Classic 500 é deliciosa para passeios de domingo à tarde, ou mesmo para trajetos eminentemente urbanos. Longas viagens não são sua praia nem sua proposta. A moto é extremamente simpática, charmosa e esbanja estilo. Certamente vai encontrar uma legião de admiradores de suas belíssimas linhas saudosistas. Royal Enfield Bullet Classic 500: logo mais na sua sala de estar.

Uma joia para aficionados e saudosistas, que também consegue ser prática e útil para uso diário. Simpatia é seu valor de troca.


Preço:R$ 22.900,00, 

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