sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Musica Os Melhores Discos Internacionais de 2013


Depois de passar pela seleção de músicas e discos nacionais, entramos no ramo internacional com a lista das 20 melhores canções gringas do ano. E, pra fechar a conta de 2013, o IM chega à sua última lista de destaques que rolaram desde janeiro. Com vocês, os nossos escolhidos como os principais álbuns deste ano. Na aba de comentários, participe da conversa e deixe também o seu ranking pessoal.
20) Franz Ferdinand – Right Thoughts, Right Words, Right Action



Na última edição brasileira do Lollapalooza, o Franz Ferdinand apresentou nada menos que 7 (sete!) canções inéditas, que viriam a fazer parte de Right Thoughts, Right Words, Right Action. Já pareciam velhas amigas do público, e funcionaram muito bem ao vivo. O Franz Ferdinand se manteve em sua zona de conforto (mas longe de estar no piloto automático) e, sem mudanças significativas na sonoridade, deu aos fãs o que eles queriam ouvir. - Gregório Fonseca
19) Janelle Monáe – The Electric Lady



Um conto de ficção científica contado através de inúmeras referências de black music, desde funk até soul, hip-hop e R&B, não parece uma ideia capaz de dar certo. Mas deu em 2010, quando Janelle Monáe lançou o excelente e orquestral The Archandroid, e deu certo de novo esse ano, com o ótimo The Electric Lady. De seu jeito absolutamente único, Janelle fala de preconceito, auto-afirmação e consegue produzir uma importante declaração política, além de um álbum que não faria feio ao lado dos melhores do Stevie Wonder. O tom majestoso de seu disco de estreia deu lugar a um clima de festa e curtição que as participações do calibre de Prince e Esperanza Spalding conseguem apenas acentuar, resultando em um dos discos mais divertidos de 2013. - Gustavo Sumares
18) Nick Cave & The Bad Seeds – Push The Sky Away



Push The Sky Away é mais uma excursão através do mundo silencioso e pessimista de Nick Cave. O bardo australiano coloca no papel letras que hipnotizam e que contam as histórias sonoras mais peculiares do ano. Enquanto isso, seus Bad Seeds usam mais silêncio do que barulho, mas cada acorde é preciso, dispensando excessos e montando o background na medida para o álbum ser daqueles perfeitos para serem ouvidos sozinho, na acompanha apenas de um cigarro e de alguma poção etílica. - Neto Rodrigues
17) Mikal Cronin – MCII



Canções com gancho já não são o maior destaque em quase nenhuma cena musical, mas isso acontece só porque MCII não é o alvo dos holofotes. Se fosse, o seu lo-fi de refrões poderosos e arranjos completos diria que não há nada de errado em ser eficiente assim. Ainda há chances para o power-pop? - Iberê Borges
16) Lorde – Pure Heroine



Em novembro deste ano, Ella Yelich-O’Connor completou 17 anos. Mais conhecida pelo nome Lorde, a neozelandesa lançou um disco delicado e bonito. A cantora veio com sua voz forte e letras afiadas em Pure Heroine para conquistar o mundo. Além da preferida “Royals”, o álbum tem momentos muito fortes. “Tennis Court”, faixa de abertura, tem tom à la Lana Del Rey. A música de Lorde vai por um campo minimalista, soando um pouco como The XX, por exemplo, em faixas como “Buzzcut Season”. - Victor Caputo
15) Iron & Wine – Ghost On Ghost



Sam Beam tem capricho. Exagerando ou simplificando, ele pode te conquistar porque tem as mais belas canções embaixo do braço. Em Ghost On Ghost, ele escolhe várias formas de fazer isso. Todas, uma de cada vez, vão te pegar. - Iberê Borges
14) Chance The Rapper – Acid Rap



Chance é um dos rapper para se ficar de olho nos próximos anos. O cara tem apenas 20 anos, mas fez um dos lançamentos mais divertidos do ano. O disco é uma mistura de rap, música eletrônica, soul, entre outros elementos. Provavelmente o mais marcante das músicas de Acid Rap seja a voz do rapper, que é um pouco aguda e rasgada. As rimas de Chance são boas e mostram que daqui a alguns discos ele deve bater de frente com grandes nomes, como Kanye West e Kendrick Lamar. - Victor Caputo
13) Kurt Vile – Wakin’ on a Pretty Daze



Mesmo com os ótimos discos que Kurt Vile já tinha lançado, Wakin’ on a Pretty Daze supera todas as expectativas. E nem se esforça tanto para isso: bastou ao cantor e compositor permitir que suas meditações sobre a vida se estendessem mais longamente: assim surgiram maravilhas como a faixa- título e “Too Hard”. Mas para os que preferem as faixas mais objetivas de Vile, há também canções mais curtinhas e diretas, como a excelente “KV Crimes” e “Never Run Away” que se acomodam confortavelmente entre as melhores que ele já escreveu. Wakin’ on a Pretty Daze é o retrato de um artista ficando melhor em tudo que já fez antes, e ao mesmo tempo fazendo coisas novas e mandando bem. - Gustavo Sumares
12) Justin Timberlake – The 20/20 Experience



Apesar de tanta pompa e finais de músicas alongados pr’além de suas necessidades reais, é difícil negar a habilidade de Justin Timberlake se renovar – mas sem sair do conforto de seu mundo pop. A diferença agora é que o som vem mais de forma mais orgânica, resgatando sonoridades da época de ouro do r&b, da soul music, da disco e daquele pop sofisticado que emociona em vez de enjoar após a quinta tentativa. Que Justin suma menos e apareça mais com suas experiências. – Neto Rodrigues
11) Autre Ne Veut – Anxiety



Poucos instrumentos dominaram um disco em 2013 como a voz de Arthur Ashin dominou Anxiety – mesmo estando cercada pela produção cheia de floreios eletrônicos de Daniel Lopatin, do Oneohtrix Point Never. Mas também, poucos instrumentos seriam capazes de fazer o que a voz dele faz. Cantar sobre medo, solidão e morte de uma forma que mostre ao mesmo tempo fragilidade e força para encarar essa fragilidade é algo para pouquíssimos cantores. Mais difícil ainda é misturar alguns singles dançantes no meio de um álbum com esse nome sem que eles se choquem grotescamente com o resto das faixas. O disco do Autre Ne Veut de 2013 faz tudo isso, colocando Ashin como um dos gogós mais poderosos da atualidade. - Gustavo Sumares
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0) Disclosure – Settle



O Disclosure é como se fosse um prodígio da música eletrônica. Ele é um duo formado por irmão. Howard e Guy Lawrence. Guy, o mais velho, tem 21 anos e Howard tem 18. Settle é a estreia dos rapazes. Cheios de confiança, os irmão Lawrence fizeram um dos melhores discos eletrônicos do ano. “When A Fire Starts To Burn”é a faixa de abertura, extremamente dançante e divertida. Outro ponto alto do disco é “White Noise”, música gravada em parceria com Aluna Francis, vocalista do AlunaGeorge. - Victor Caputo
09) Daft Punk – Random Access Memories



Na virada do ano, boa parte da população mundial vai dormir com a guitarra de Nile Rodgers na cabeça. Seja o riff de “Lose Yourself To Dance”, seja o groove do blockbuster “Get Lucky” – a dupla francesa voltou com parcerias escolhidas a dedo e resgatando o charme dos tempos da discoteca de nossos pais. Requer paciência e bons fones de ouvido para absorver todos os detalhes de Random Access Memories. E, por isso mesmo, o disco tem tudo pra ser mais um trabalho atemporal dos robôs mais articulados do pop mundial. – Neto Rodrigues
08) The National – Trouble Will Find Me



Há seis anos, o The National lançou Boxer. O disco foi o ápice da carreira da banda. Este ápice é mantido até hoje. Trouble Will Find Me vem com as mesmas características: uma melancolia forte, boas letras e composições de alto nível. As poucas mudanças fazem com que o The National continue sendo aquela banda da qual você pode gostar ou achar um tédio. Se você já não gostava, não passe perto desse disco. - Victor Caputo
07) David Bowie – The Next Day



Não dá pra dizer que após um longo tempo de espera, finalmente David Bowie lançou um novo disco, pois nos acostumamos a desistir de esperar. Em uma operação super sigilosa (incomum para a sociedade conectada em que vivemos), o cantor gravou The Next Day e só avisou ao mundo quando já estava tudo pronto. O resultado: o melhor disco de David Bowie desde que nasci. - Gregório Fonseca
06) Sigur Ròs – Kveikur



Kveikur abre com uma bomba: a pesada e angustiada “Brennistein” choca ao mostrar um lado mais agressivo e barulhento que qualquer outra gravação do Sigur Rós poderia sugerir. Sua faixa-título também explora esse lado novo da banda, que talvez só tenha tido oportunidade de aflorar graças à saída do membro fundador Kjartan Sveisson. Mas além disso, também retoma a sonoridade mais tradicional do grupo e cria, com ela, canções diretas e delicadamente arranjadas, como “Hrafntinna”, “Rafstraumur” e a maravilhosa “Ísjaki”, que volta ao lado mais pop que a banda apresentou em 2008, no disco Með suð í eyrum við spilum endalaust. Dessa forma, mantém a tradição do grupo de trazer algo diferente e se superar a cada lançamento. - Gustavo Sumares
05) Arcade Fire – Reflektor



Quem não suportava Arcade Fire provavelmente comprou bonequinhos de voodoo para azarar os canadenses em 2013. Afinal, não foi fácil passar incólume à chuva marqueteira que envolveu o lançamento de Reflektor. Pra quem já era fã, teve de tudo – inclusive, o anúncio dos shows no Brasil. A banda chegará ao país em abril, com um álbum impressionante em mãos, desses dos quais você descarta uma ou outra música mais desnecessária e aprecia o restante com brilho nos olhos. O grupo recorre ao passado de sua discografia ao mesmo tempo que apresenta novidades interessantes, como “Porno”, além de ter criado algumas das grandes canções do ano, vide a celebrativa “Afterlife” e a pesada e torta “Normal Person”. - Neto Rodrigues
04) Arctic Monkeys – AM



AM é muito mais sucessor do Humbug que o próprio Suck It And See, que veio logo depois dele. “Do I Wanna Know?” já dá o tom pessimista e sombrio que se estica por boa parte das faixas, e o fato de que um quarto das músicas têm nomes que são perguntas sugere uma considerável dose de insegurança e auto-questionamento por parte de Alex Turner. A qualidade das composições e das letras, porém, segue felizmente a média altíssima da banda, mas ganham novas e interessantes matizes graças a esse clima soturno. Dos ótimos singles “R U Mine?” e “Why’d You Only Call Me When You’re High?”, passando pelas mais reflexivas “One For The Road” e “No. 1 Party Anthem”, até a fofinha “I Wanna Be Yours”, que encerra o disco, os Arctic Monkeys conseguem abordar os temas maduros e sérios de Humbug sem deixar o álbum pesado demais. - Gustavo Sumares
03) Kanye West – Yeezus



Kanye West não dá a mínima para as palavras. Em Yeezus, ele é capaz de fazer rimas contra o consumismo em uma música e falar que é um deus porque tem um Porsche alguns minutos depois. Kanye se importa com a estética. Se importa com as roupas que veste (e que desenha). Se importa com quão grandioso seu show será. E se importa com como sua música soará (e fodam-se as palavras – elas são só enfeites). Kanye foi ao futuro, ouviu que tipo de som toca por lá e voltou para nos contar. Enquanto nós não podemos ouvir esse futuro, vamos ouvindo Kanye West. - Victor Caputo
02) Vampire Weekend – Modern Vampires of The City





Sobre Modern Vampires of the City, basta dizer que ele supera todas as expectativas que o Vampire Weekend deixou com seu antecessor, o excelente Contra. Assim como aconteceu com aquele disco, é difícil destacar uma faixa específica desse, não apenas porque todas são ótimas, mas porque cada uma é ótima de um jeito diferente. “Unbelievers”, “Step”, “Diane Young”, “Don’t Lie”, “Worship You” e “Ya Hey” têm pouco em comum além do fato de serem todas excelentes. Isso mostra não apenas que a banda sabe compor como poucas, mas também que ela se compromete a fazer algo de legitimamente novo cada vez que se propõe a lançar um álbum. E não são muitos os grupos que conseguem juntar essas duas qualidades. - Gustavo Sumares
01) Queens of The Stone Age – …Like Clockwork



Situações traumáticas trazem grandes mudanças — mesmo que seja em um músico “porra-louca”. Otto, depois de tomar um pé na bunda, lançou o maravilhoso Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos. Este ano, depois de uma experiência de quase morte, Josh Homme entregou aos fãs …Like Clockwork. O disco, provavelmente, é do jeito que ninguém esperava. Mas era preciso para que Homme colocasse seus demônios para fora. Letras perturbadas e carregadas de solidão, sonoridades novas para o QOTSA e um leque de colaboradores de dar inveja (até Elton John aparece por aqui!). Não me levem a mal, mas estas tragédias até que dão bons frutos. - Victor Caputo

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