quarta-feira, 17 de julho de 2013

Opinião Playboy, simbolo entre os homens

Este simbolo está muito além do que muitos pensam
O fundador da Playboy, Hugh Hefner, revolucionou a sexualidade masculina ao estabelecer novas formas de comportamento, consumo e de entretenimento. E que entre outras contribuições, foi o precursor do apartamento de solteiro, do sofá-cama, da cama redonda e do primeiro Big Brother da história da televisão mundial.
Hefner foi um visionário em muitos aspectos. Não só transformou o erotismo em cultura de massa, como também concebeu e deu forma através de suas páginas a um novo homem moderno, o solteiro convicto voltado apenas para o lazer e o prazer sexual.
Para compreender como o dono do império Playboy tornou-se “um Platão moderno em uma caverna pornô” (referência ao “Mito da Caverna” de Platão”), que além de agitar a bandeira da liberação sexual masculina muito antes do feminismo, foi o precursor do reality show.
A primeira edição da Playboy, publicada em novembro de 1953, apareceu nas bancas durante a Guerra Fria. Com contracultura embrionária e o movimento beat ainda distante, a moral vigente não deixava muitas oportunidades para homens heterossexuais de classe média branca: o seu papel era o de incorporar o homem da família perfeita. O protótipo do marido fiel, trabalhador que pesca trutas ou caça patos durante os fins fim de semanas.
Hefner dinamitou esta imagem nas páginas da Playboy, que passou a retratar um homem diferente: livre, solteiro, de vida sexual agitada e bem sucedido profissionalmente. Para Preciado, a Playboy lançou a “revolução masculinista”, que permitiu aos homens urbanos desfrutar de sua situação de solteiro sem o temor de ser rotulado de homossexual.
Uma casa só sua – Hefner se apropriou do "a room of her own" de Virginia Woolf a e da reivindicação do seu próprio espaço como um meio de se emancipar do discurso feminista. A Playboy passa a estimular a ocupação do espaço doméstico, até então território estritamente feminino. Em suma: é o homem solteiro administrando a própria casa. Dele também é a concepção do apartamento de solteiro.
Não a mulher caça-maridos – Ao novo homem solteiro e independente caberia uma companheira ideal. O que não seria uma mulher caça-maridos, cuja única finalidade é a da procriação, de se tornar apenas mãe, esposa e dona de casa. A mulher ideal passou a ser aquela que não ameaçasse a sua autonomia sexual e doméstica e que fosse também independente financeiramente.
Hefner se propôs a converter a garota anônima (a caixa do supermercado, a secretária de escritório, a vizinha do lado) em novos símbolos sexuais. E conseguiu. Das páginas da Playboy, Hefner exaltou Janet Pilgrim, a primeira playmate, que além de trabalhar como secretária na Playboy foi sua amante. A enorme popularidade alcançada era comparável à de muitas estrelas de cinema da época. Os leitores não só se renderam às suas curvas, mas também ficaram curiosos sobre seu trabalho e a sua vida privada. Para Preciado, nasciam assim as “famosas desconhecidas”.
O sofá-cama e a cama redonda – A arquitetura dos apartamentos de solteiros, construídos com o objetivo de espelhar um novo modo de vida. As matérias da Playboy passam a apresentar a seus leitores uma nova proposta de decoração de ambiente, como móveis modulares e flexíveis, cadeiras em formato de tulipas, míni-bares e cortinas translúcida . Tudo para criar um ambiente erótico e facilitar o ato sexual. O sofá-cama e a cama redonda tornaram-se, assim, sinônimo de sexo rápido e casual.
O voyeurismo ao vivo e em cores – Em plena Guerra Fria, Hefner decidiu colocar uma câmera de televisão na sua mansão em Chicago (o “palácio do amor” com 32 quartos), onde foram produzidos programas de entretenimento que se transformariam nos antecessores dos realities shows, assim como o Big Brother.

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